New York e Cate Blanchett. “Blue Jasmine” gira em torno de Jasmine, personagem de Cate, uma socialite falida cujos bens se resumem a um casaco Chanel, algumas malas de grife e antidepressivos. Woody Allen retratou uma pessoa mais comum do que se supõe.
Completamente desestabilizada, Jasmine – que também está em um casamento de aparências com Hal, vivido por Alec Baldwin – decide ir morar com a irmã, Ginger, vivida pela atriz Sally Hawkins, com quem não tem nenhuma afinidade. Nenhuma.
O roteiro pode até ser comum, mas a maneira sensível como os sentimentos de rejeição, abandono e autoafirmação são expostos é o que é, na verdade, o luxo do filme. O profundo em Woody Allen está sempre nas sutilezas.
“Blue Jasmine” levou aos cinemas mais espectadores do que a produção anterior “Para Roma Com Amor”, que até foi bem aceita pelos fãs, mas nem tanto pelos críticos. Diferente de “Meia Noite em Paris”, um primor, belíssimo e original, que emocionou praticamente a todos.
As criações de Woody Allen são assim: agradam muito ou não agradam. E mesmo sendo a originalidade uma das principais características do seu cinema – vista em todos os filmes, praticamente – é previsível a boa dose de neurose e drama, o que faz parte da personalidade do cineasta.
A atriz australiana Cate Blanchett, que havia declarado aos jornalistas americanos que seu sonho de trabalhar com Woody Allen se esvaia, faturou o Oscar 2014 por Jasmine. Símbolo de elegância para a moda internacional, teve o figurino assinado por Karl Lagerfeld.
“Blue Jasmine” também marcou a volta de Woody Allen para os Estados Unidos, desde “Tudo Pode Dar Certo” (2009). Antes, o cineasta tinha passado uma longa temporada na Europa, em cidades como Paris, quando fez o maravilhoso “Meia Noite em Paris” (2011), também em Roma, onde gravou “Para Roma com Amor” (2012); Londres, que resultou no fascinante “Match Point” (2005); além dos “Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos” (2010) e “O Sonho de Cassandra” (2007). Em Barcelona, Woody Allen gravou o sensual e ousado “Vick Cristina Barcelona” (2008), que deu a Penelope Cruz o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2009.
“Blue Jasmine” promete uma reflexão sobre uma realização pessoal apoiada em status e dinheiro. De maneira sarcástica e dramática, fala de nada mais nada menos do que o tempo presente.
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