Saber se defender, verdadeiramente, passa primeiro pelo domínio da sutileza.
A arte de impor respeito está no tempo que comumente se dedica a dar longas explicações.
Palavras são como oportunidades: saber dominá-las é mais importante do que saber aproveitá-las.
Das sutilezas, capture a sedução.
Refine a percepção com silêncio interior. Fale pouco. Escute menos ainda.
Entretanto, leia muito! Aprende-se mais com pontos e vírgulas do que com convicções.
Cale-se sobre tudo aquilo que amar. O mistério que convida é sobre tudo aquilo que não é revelado, mas se conta por aí. Veja Deus e o amor: unanimidades impalpáveis.
Jesus ensina mais por ironias do que por parábolas.
Reserve seus dramas à escrita de diários. Escreveu Paul Auster que privacidade é a melhor forma de se sentir em um romance. Ninguém definiu melhor, meu Deus!
Respostas emocionais servem apenas se tem intenção de servir – sozinho – ao ideal romântico. Todas as manhãs, é mais sábio pensar que sapatos são máscaras.
A sutileza mais linda que já presenciei foi a sombra do coração batendo de uma lagartixa na parede de minha cozinha.
Creia ter dominado a arte da sutileza quando se perceber:
Criando códigos, natural e silenciosamente, com pessoas que importam.
Deixando a pele à mostra quando a pele for a última coisa importante numa conversa.
Ouvindo uma música do começo ao fim como se tais minutos fossem a morte para renascer de outra forma.
Entregando o melhor e o pior de si a alguma atividade artística. Descer fundo na experiência humana é o mais próximo que chegará da imortalidade.
Por fim, honestidade abrasadora apenas em cartas escritas à mão.
Peça conselhos a Blake e a Keats antes de revelar-se a alguém. Medidores do merecimento e da elegância, eles mantêm o juízo na perda do juízo.
Dissimulação é pecado imperdoável para o sutil de alma e arma.
Única virtude inegociável na arte da sutileza é não mentir jamais.
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