Heidi Feek. Sei, sei, quase ninguém a conhece. Com apenas um álbum, The Only, de 2013, e um EP em 2010, Eden, a carreira da moça de Nashville não emplacou – ao menos não no modelo meteórico que nos acostumamos.
Entretanto, aprecio muitíssimo o som da loura.
Uma das virtudes do álbum The Only é que ele tem o poder de fazer com que a vida – essa nossa vida cotidiana – se pareça uma daquelas séries que fascinam pela trilha sonora, antes de qualquer coisa.
Ela, Heidi, cujo rosto ao primeiro olhar remete mais ao de uma top model, e cuja capa de The Only de tão simples acentua ainda mais aquela preguiça natural de ouvir novos nomes, me arrebatou. Desde a primeira vez em que a ouvi, em 2013 mesmo.
Os receios acabaram logo na primeira canção, I Like The Way. E o encanto continuou com a segunda, Someday Somebody.
Sim, sim, a terceira é linda também, 57 Bel Air.
Game over. Se experimentar ouvi-la, será fisgado por Heidi Feek.
Seus pais são famosos, muito famosos. Hitmakers de música country, a dupla Joey + Rory gerou uma garota autêntica, que optou por seguir outros caminhos que não os garantidos por eles, embora tenha começado a carreira como back vocal deles.
Ela quis o R&B. Ela quis a música do mundo, a contemporânea mistura de muitos estilos.
Uma coisa é certa, Heidi Feek cresceu ouvindo o melhor. E com um filtro aguçado, singular, típico de uma família cristã altamente musical.
Que quer dizer saber captar das canções singelezas que passam despercebidas de maneira geral. Porque religião e literatura se unem quando amam, da mesma forma, o mistério e o presente; o palpável e o inefável. A propensão é maior à revelação da palavra.
De Elvis Presley, Heidi Feek pegou emprestada a canção Heartbreak Hotel, tornando-a ultra sexy.
Para manter a aura de um passado aconchegante, The Only foi gravado por métodos totalmente analógicos. E que interpretação sensualíssima!
Crescer com pais músicos inspirou Heidi a tocar instrumentos musicais logo cedo. A guitarra tornou-se então sua companheira no momento único de compor.
A música de Heidi Feek volta no tempo. Precisamente nos anos 1960. Muito blues, rock, country.
A dose de romantismo é exata, assim como a de sensualidade. A melancolia – típica nas músicas que aprecio – contudo, vem só como uma brisa, desta vez não é solo fértil.
Na verdade, creio que toda bela canção é de alguma forma melancólica, porque nos leva para algum lugar especial; lugar, no qual, porém, sabemos que não podemos ficar para sempre.
Nascida em 3 de outubro de 1986, já faz muito tempo que Heidi Feek não nos presenteia com um álbum.
Possivelmente porque prefere dar mais de si à família. Sua mãe faleceu de câncer e, desde então, ela e a irmã dedicam-se ao pai e às irmãs com amor absoluto.
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