Leo Strauss, filósofo político germano-americano, foi um privilegiado! Pode soar banal citar o seu círculo de amigos antes de suas ideias, mas é irresistível. Vale então o risco. Strauss foi amigo de Raymond Aron, Eric Voegelin, Isaiah Berlin, Hannah Arendt, Walter Benjamin, Norbert Elias, Franz Rosenzweig, entre outros. Aos que nunca ouviram falar em nenhum desses nomes, um resumo breve: são mentes tão brilhantes que provavelmente por isso mesmo você nunca ouviu falar deles.
Mas nunca é tarde. Ou melhor: nem tudo está perdido. Principalmente quando projetos como os da É Realizações estão aí para desafiar o pensamento cansativamente comum. Entre eles, o Biblioteca Crítica Social. O projeto que consiste numa coleção de ensaios biográficos apresenta Leo Strauss – Uma introdução à sua filosofia política, escrito por Talyta Carvalho.

Leo Strauss pode ser considerado um dos intelectuais mais influentes do século XX. Ou, nas palavras de Talyta, “Leo Strauss haveria de ficar conhecido como crítico da Modernidade em virtude de suas críticas à filosofia política moderna; um exercício intelectual que lhe causaria a pecha de conservador.” De origem judaica, os textos de Strauss tiveram bastante influência na construção do pensamento neo-conservador.
Leo Strauss – Uma introdução à sua filosofia política é, de todos os livros da coleção, o menos exultante. Diferente dos demais comentadores, que se mostraram mais deliciosamente envolvidos com seus autores – e os textos exibem muito vigor e até certo enlevo -, Talyta Carvalho parece ter escolhido se envolver menos. Formada em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Talyta Carvalho é mestre em Ciência da Religião pela PUC-SP e autora de Fé e Razão na Renascença.
Neste breve ensaio, o leitor conhece as obras de Leo Strauss, principalmente Reflexões sobre Maquiavel, título sobre o qual Talyta Carvalho demora mais e tece breve panorama que “coloca Leo Strauss na companhia de outros pensadores fundamentais para a compreensão do pensamento político moderno”. São autores que já interpretaram o magistral O Príncipe, entre eles: Frederico da Prússia, Rousseau, Espinosa, Napoleão Bonaparte, Gramsci, Quentin Skinner, Benedetto Croce e Claude Lefort. Talyta ainda faz um passeio pelos quatro capítulos do livro de Strauss e aborda o caráter duplo dos ensinamentos de Maquiavel, a leitura que Leo Strauss faz de O Príncipe e a que faz de Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio e, encerrando, a visão de Strauss sobre os ensinamentos de Maquiavel.
Aos interessados em conhecer mais sobre Leo Strauss, vale a pena ler os seguintes títulos, em português: Perseguição e a Arte de Escrever – E outros ensaios de filosofia política, Reflexões sobre Maquiavel, Uma Introdução à Filosofia Política – Dez ensaios e A Filosofia Política de Hobbes – Suas bases e sua gênese.
Outra maneira é acompanhar os estudos do pensamento de Leo fazendo a inscrição no The Leo Strauss Center, uma página dedicada ao filósofo dentro do site da Universidade de Chicago, onde lecionou. No site, há textos inéditos e áudios. No arquivo de Leo Strauss, no Centro de Pesquisa de Coleções Especiais da Biblioteca da Universidade de Chicago, contém cerca de 25 mil páginas, incluindo correspondências, manuscritos e textos de palestras, além de artigos e notas.
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