O que é um romance histórico?
O romance histórico nasceu no início do século XIX, com Walter Scott. Consiste numa literatura de ficção que usa de elementos e recursos históricos para compor o “pano de fundo” da narrativa.
Tais elementos, entretanto, não precisam ser totalmente verídicos – ou historicamente completos. Não interessa a esse tipo de romance ser fiel aos relatos, mesmo que sejam sobre grandes personalidades.
O que é importante no romance histórico é a especificidade histórica do tempo:
- Nos acontecimentos
- No modo de ser e de agir dos personagens
Enquanto a história transcreve um mundo “acabado” e “imutável”, a literatura pode interferir recriando a história. A literatura conta com mais ferramentas, por exemplo:
- A subjetividade
- A imaginação
Para alguns teóricos da literatura – e para mim! – o romance histórico é mais interessante quando aborda a vida de pessoas comuns. Com essas personagens, consigo aprender por que pessoas agiam como agiam e sentiam o que sentiam. Adoro aspectos aparentemente insignificantes, mas que dizem muito: um hábito cotidiano nos modos de se alimentar ou de se vestir, por exemplo.
Importante!
Não cabe à literatura falar a verdade.
Nem todo romance que se situa no passado é histórico.
Por fim, um autor pode escrever um romance histórico para criar verdades desejáveis. Qualquer forma de registrar o passado é permeada pela memória e pela consciência – e nada disso é algo ingênuo.
As mentalidades têm uma história! E, para mim, esse é um dos mais deliciosos mistérios que a literatura permite perscrutar: a possibilidade do conhecimento torna-se infinita.
Quando leio romances históricos, abro minha mente e meu coração e tento não fazer julgamentos prévios e nem rotular personagens com as categorias do nosso tempo.
Tento – e isso é uma experiência enriquecedora! – descobrir o que ainda temos em comum e o que já mudou bastante…
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