Nascida Sofia Villani Scicolone, eternizada Sophia Loren. Musa do cinema italiano. Musa de Carlo Ponti.
Recém-lançada pela BestSeller, a autobiografia Ontem, Hoje e Amanhã repassa a vida desta mulher que, hoje, aos 80 anos, ainda para o mundo. Um livro irresistível. Como só poderia ser Sophia Loren.

Os mesmos valores que regeram a vida da atriz parecem ter sido transportados para o texto. Ele, de tão simples, emociona.
A italiana repassa os grandes momentos de sua vida com tanto carinho e respeito que cada detalhe e cada pessoa não deixam margem para dúvidas: tudo foi parte de um plano improvável, e por isso mesmo divino. Disponível em todas as livrarias, Ontem, Hoje e Amanhã é para os românticos.
Ela é mesmo o fim do mundo. Aquilo que é difícil saber lidar pela magia que esparge e inebria.
Quisera fosse apenas pela beleza. Sua vida de conto de fadas – não por isso uma vida fácil – jorra paixão. Sophia Loren, filha da guerra, passou fome e viveu com pouquíssimo.
Sua mãe, Romilda, movida pelo sonho de ser ela mesma uma estrela de cinema – sonho que Luisa, avó de Sophia, negou a ela – pega a jovenzinha pela mão e decide tentar a vida em outra cidade. Se ela não se tornaria uma estrela, a filha de beleza excêntrica – para a época até esquisita – seria.
E deu certo! Depois de algumas tentativas, em 1952, no set de A Sereia do Mar Vermelho, Carlo Ponti nota Sophia e nunca mais a deixa. Anos mais tarde, se tornariam amantes apaixonados e também marido e mulher, até o fim da vida de Carlo, 56 anos depois. Um amor invejável.
A infância pobre, a guerra, a dor do descaso e da rejeição por parte de seu pai Ricardo, o amor sem medidas por sua avó Luisa e pela irmã Maria, os valores que a mantiveram fiel, depois da fama, a seus princípios de moça de cidade pequena. Mesmo em momentos que qualquer mulher se deslumbraria – principalmente quanto aos galanteios dos grandes atores como Cary Grant – são apresentados com delicadeza. O que sobressai é o amor por Carlo. E depois, por seus dois filhos: Carlo Jr. e Edoardo. O leitor pode vir a se perguntar como alguém que teve tudo para viver nas nuvens se manteve tão arraigada às próprias raízes.
A beleza é mesmo algo inseparável da vida de Loren. Chega a ser difícil de acreditar à medida que se avança na leitura. Muitas de suas contemporâneas conheceram ao longo da vida – ou como consequência da fama – o lado negro, a parte ruim, o preço a ser pago.
Mas Sophia não. Todos os seus espaços foram ocupados pela beleza do amor, das boas relações. Seus olhos, sua boca, seu corpo curvilíneo, tudo isso é mero detalhe. Foi, antes, sua capacidade de ser fiel a si mesma e a seus sentimentos que a levaram à conquista de uma velhice tão glamorosa quanto sua juventude. E neste contexto Sophia Loren é ainda mais invejável. Quantos, diante da fama, não se perderam? Quantos envelheceram mal e se largaram no meio do caminho, vivendo de passado?
Em Ontem, Hoje e Amanhã sua doçura é notória. Ela dá ao ato de preparar uma massa o mesmo peso de ganhar um Oscar. Foi em 1962 que Loren ganhou como Melhor Atriz por Duas Mulheres.
Dirigida por grandes nomes do cinema mundial como Vittorio De Sica, Federico Fellini, Ettore Scola, entre outros, Sophia trata a todos como se fossem da família. De Sica o grande mestre, Mastroianni o grande amigo, Carlo o grande amor. Sua vida, o grande conto.
Conto que merece ser lido. Ontem, hoje e amanhã.
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