Fafá de Belém: “É genial você me chamar de animal”

Fafá dos peitos arfantes, dos beijos ardentes, das lágrimas que irrompem porque o amor se foi. O nome da visceralidade, da selvageria, do instinto e da entrega. Fafá de Belém, a cidade “particular e livre”. A cidade dela, que aprendeu rindo a reinar. Diante de uma rainha, uma mesura e algumas confissões. Em nome de FAUSTO, numa terça qualquer, dia doído de tempos doídos, ri com ela os temas da existência: ser mulher, amar, ter fé, sobreviver, rir, rir e rir. Entrevistar Fafá de Belém é elevar-se numa atmosfera única, que só não soa clichê porque se trata de Fafá do Brasil. Abandonada, amada, sozinha, satisfeita, incansável, completa, as histórias de uma das maiores cantoras deste país se revelam neste bate-papo familiar como Coração do Agreste ou Nuvens de Lágrimas. Para eles e para elas — mas principalmente para elas —, um brinde às paixões que vêm e vão e às canções que nos curam e nos refazem. À Fafá de Belém!

Fafá de Belém
Foto: Adriano Damas.

FAUSTO – Você é um animal em extinção?
Fafá de Belém: É genial você me chamar de animal…

Pensei em Milan Kundera quando disse que a Ava Gardner era o animal mais lindo do mundo. Bom, quando o assunto é paixão — com “P” maiúsculo —, não consigo considerar outra pessoa.
Obrigada, meu amor. Milan é maravilhoso! Quando jovem, eu queria ser Ava Gardner! [Risada de Fafá]

Ai, eu também! Tenho um segundo telefone, sempre peço aos meus amigos para me salvarem como Ava Gardner…
[Risada de Fafá]

Bom, mas hoje em dia, chamar uma mulher de animal, imagina o quanto isso pode dar errado…
Hoje em dia, há muitas pessoas burras, nutridas de ignorância, que repetem coisas como palavra de ordem, sem terem noção do que representa tal coisa e pensam que é verdade. Ando muito de saco cheio de tudo isso. Vivi nos anos 1970 — sou de 1956 — nasci em Belém do Pará, cidade muito particular. Belém ainda precisa ser descoberta. E apesar de estar na moda, me dá certa aflição…

Por quê?
É como se nos resumíssemos a caldo de tucupi e carimbó. Tudo isso é maravilhoso, claro, mas há muitos outros olhares sobre Belém. Poucos sabem, por exemplo, que Belém foi de fundamental influência para a Semana de Arte de 1922. Além de particular, Belém é uma cidade muito livre. Então, você me chamar de animal é genial, porque o bicho representa nossa melhor essência. Nosso faro, o sentir dos sabores, sentir o cheiro do lugar onde devemos permanecer, sentir a vibração, tudo por instinto. Lembro-me de uma vez em que a Marília Gabriela perguntou-me quais eram as lembranças mais remotas. Respondi que eram os sabores de minha terra. Somos animais, somos alimentados por essa terra, somos desconfiados como os gatos e as onças, somos ariscos como as aves, tudo isso se mistura em nós. Sinto-me um animal de sobrevivência, de coragem.

Como era seu ambiente familiar?
Nasci numa família de homens, sou a mais nova de três irmãos. Meu pai, um homem muito amoroso; minha mãe, uma mulher interessantíssima, mas do seu tempo. Ela me controlava muito, mas torcia muito por mim também, fazia minhas roupas sempre com um decote a mais.

Que maravilhoso isso…
Para nossa família, o que era bonito era para ser mostrado. Cresci num ambiente muito afetuoso, que tinha as cartas na mesa. Todo mundo entrava em nossa casa. Era uma casa de liberdade. Talvez, por isso mesmo, eu nunca pensava em casamento, só em namorar, ter filhos, conhecer o mundo, e, claro, ter uma profissão que eu pudesse me bancar, e nunca imaginei que seria como cantora. Eu era uma cantora que não sonhava em ser cantora. [Risada de Fafá]

Mas você sabia que queria outra coisa?
Eu queria ser psicóloga. Mas fico muito feliz em olhar para trás e não ter saído desse caminho, e devo isso ao meu pai, a todo o meu ambiente familiar, e ao Roberto Santana, que me trouxe de Belém e ficou no meu pé para eu ser uma cantora. Um dia ele perguntou-me se eu queria uma carreira ou o sucesso. E eu não sabia a diferença.

Ele explicou a diferença?
Ele explicou que no sucesso você faz tudo o que os outros querem e uma carreira você constrói dizendo muitos “nãos”. Na lista das maiores cantoras, eu nunca estou. Isso porque nunca puxei saco de ninguém. Tenho mais o que fazer. Meu primeiro contato com a música foi através de músicos maravilhosos do Pará, que tem uma escola maravilhosa criada por Carlos Gomes. O acorde perfeito, a nota perfeita, eles não permitiam que eu desafinasse. Imagine, eu com 10 anos cantando Barbra Streisand! [Risada de Fafá]

Então você se considera um animal em extinção?
Eu me considero um animal em evolução. Talvez eu tenha um componente de coragem, de um profundo desprezo a todas as jaulas que já tentaram me colocar. Não sei se você já viu um búfalo?

Não, nunca vi…
O búfalo não tem limites. Talvez, por existir esse búfalo em mim, um animal muito forte — em Marajó, todo são búfalos, né? — vou e vou com muita alegria. Tenho muitos parceiros que podem ser considerados em extinção também, porque essa sociedade não é fácil. Os dedos apontados, as imposições, e, por incrível que pareça, Eliana, fico ainda espantada, mesmo aos 65 anos. Cheguei aqui com 17, e eu ficava muito assustada com as pessoas que pregavam a liberdade, mas queriam escravizar, e era perceptível pelo olhar delas. Queriam me moldar.

Obviamente, nunca conseguiram…
A cultura do cancelamento faz parte da vida do homem. Hoje, tem essa bobagem de cancelar na internet, mas é o debate com o outro que nos faz crescer. Vamos nos lembrar do Simonal. Acabaram com o Simonal! E quem acabou com ele? A elite branca que não aguentou um negro com tanto poder. Embora todas as pessoas dissessem que eram a favor da liberdade, dos “novos rumos”, só era verdade se se tratasse de um branco ou de alguém que já pertencia à elite.

Como foi com você?
Já fui chamada de tudo. Se você observar, todas as campanhas sobre a Amazônia, em nenhuma eu estou. Nunca fui convidada, sendo eu um bicho da floresta, carregando Belém no nome, sendo eu quem canta a Amazônia. Vamos olhar para trás. Mara Rúbia defendia a Amazônia, vedete maravilhosa. Sebastião Tapajós, compositor. Depois veio Jane Duboc, Leila Pinheiro, que estavam mais para a MPB, e eu surgi como uma artista amazônica, mas eu incomodo. Hoje, nesses movimentos, tem Deus e o mundo, pessoas que nunca ninguém ouviu falar, que não sabem a diferença entre o igapó e o igarapé, mas estão lá porque a Amazônia é da mídia, índio é da mídia. Agora, cadê os povos ribeirinhos? O Rock in Rio quis plantar uma árvore na Amazônia, sem ninguém da Amazônia.

Isso ainda a incomoda?
Eu ficava bastante chateada. Hoje, acho ótimo, porque realmente não pertenço a nenhum desses grupos. O trabalho que faço é junto aos ribeirinhos, com as meninas do Marajó, junto à FAS (Fundação Amazônia Sustentável), ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Não preciso estar na internet, com uma bandeira: “olhem, plantei três árvores!” Porque plantar uma árvore, desde criança, plantamos. Vivemos uma caricatura. Voltando à pergunta inicial, adoro ser um bicho em extinção — e evolução.

Você tem uma definição para o amor?
O amor é tudo. Sem amor, não dá para sequer pensar em existir. O amor e a fé. Porque a fé é o que nos leva onde nossos sonhos querem nos conduzir, mesmo que as pessoas digam que não é possível. A fé nos faz transpor o intransponível e para ter fé é preciso ter amor — por você mesma, pelas coisas, pelas pessoas. Eu já fui muito raivosa, tenho a chamada “ira santa”. [Risada de Fafá] Quando estou com raiva, sai da frente! O ano de 2019 foi muito difícil. Trabalhei muito, num ritmo enlouquecedor. Um de meus irmãos, muito querido, adoeceu, e eu não tinha como visitá-lo, ele tinha mudado para Campo Grande, e não consegui fazer conexões que dessem para eu voltar ao trabalho. Meu irmão morreu e eu não o vi. Quando soube de sua morte, perguntei-me por que eu estava fazendo aquilo. Qual era o sentido da minha vida, se eu não podia viver para as pessoas que eu amava? Então, no final de outubro de 2019, prometi a mim mesma que eu ia mudar minha vida completamente. Foi quando veio a pandemia.

O que a pandemia trouxe para sua vida?
Descobri que tinha sido roubada pelo meu administrador. Estávamos entrando numa pandemia, sem possibilidade de ganhos e todo o meu caixa tinha sido roubado. Como eu tinha feito um carnaval enorme em Pernambuco, de alguma forma foi ótimo, porque quando você trabalha para o Governo, eles demoram de 30 a 60 dias para pagar. Ou seja, eu tinha algo para receber. Mas foi muito difícil porque todos os dias chegava uma notícia desagradável sobre essa gestão. E o mais louco é que, quando se é mulher, é como se você fosse responsável por ter sido roubada, lesada, enganada.

E o que houve?
Certo dia, me ajoelhei e me entreguei nas mãos de Nossa Senhora de Nazaré. Eu não via um plano, uma solução, porque eu não tinha como provar nada, trabalhávamos sem contrato, era uma pessoa indicada por pessoas de confiança. Pedi aos meus orixás e acreditei que daria certo. Continuo uma pessoa de fé, minha devoção é sincrética. A partir desse momento, cada notícia ruim que chegava eu tinha uma crise de riso. E eu ainda ouvia que estava passando por aquilo porque eu era uma pessoa “estabanada”. Daí eu dizia: “Vou continuar sendo estabanada.”

Mas tomou as rédeas da situação…
Sim, foi quando comecei a entender muita coisa do meu próprio meio — por exemplo, eu ainda usava cheque! A pandemia foi uma revolução de várias maneiras, sabe? E aí minha filha, a Maricota, que veio morar aqui em casa, começou a construir ações na internet, e foi assim que trabalhei com minha equipe por dois anos, fazendo lives, entrevistas, precificando as lives.

Uma delas foi minha grande companheira durante a pandemia. Foi quando eu prometi a mim mesma que um dia eu a entrevistaria. Este ano escolhi entrevistar apenas 4 pessoas, importantes para mim, para minha história, tem o meu rei e você, minha rainha.
Obrigada, meu amor. Essa fase foi interessante porque criamos ações com nosso próprio repertório, e as empresas procuravam! Fizemos mais de 30 lives! Volto a falar de fé e de amor, porque se eu tivesse desistido, ficado na boia da amargura, eu teria entrado em depressão, como muitos colegas entraram. Ou teria feito live com o computador, sem gerar rendimentos para minha cadeia produtiva: músicos, arranjadores. Quando se trabalha com amor, sua equipe também faz parte, quem está com você no dia a dia — muitas dessas pessoas estão mais presentes que membros de sua família. Sem fé, eu não teria sobrevivido. Agora, em relação a amores românticos, eu gosto de namorar, não de casar. [Risada de Fafá]

O que ainda não aprendemos sobre o amor?
Sem o amor coletivo, não se consegue viver. Esse amor solidário, que não é o amor de pele, é outra coisa. Em relação ao amor romântico, nunca fui de ir para barzinhos dar mole. Nunca tive paciência. Sempre gostei muito de ler, meu pai tinha uma biblioteca maravilhosa, então eu viajava lendo, cantando.

Como é quando o amor entra em sua vida?
Quando o amor entra em minha vida, o mundo acaba! E foi assim com todos os meus grandes amores — e não foram poucos! Se você der um Google, só vai aparecer o pai da Mariana, porque é uma pessoa que amo profundamente, até hoje, meu querido parceiro de vida. Tomo muito cuidado com minha vida pessoal. Muito! Todos os homens pelos quais me apaixonei, entraram em minha vida e o mundo acabou. Não tenho nenhum pudor! Para mim, paixão tem que tirar o chão. Continuo acreditando nisso.

As pessoas pedem muitos conselhos amorosos para você?
Desde sempre. Sempre gostei de pessoas em minha casa. Mariana é minha única filha legítima, mas digo que tenho tantos filhos espalhados por aí. Os amigos da Mariana de infância, pré-adolescência, adolescência. Cansou de acontecer de eu estar dormindo e Mariana falar: “Mãe, meus amigos querem falar com você”. Fazia atendimento de adolescente. [Risada de Fafá] E sou a rainha de dar toque! Todo mundo acha que porque sou “pra frente”, eu não coloque a pessoa no chão. Meu pai me ensinou que é mais fácil ser sincero do que carregar uma história que você não pode sustentar. Porque quando você não é claro, sai agredindo as pessoas. Tudo o que você não diz vai virando uma poeira resistente, e às vezes você não consegue varrer, nem sacudir.

Em algum momento de sua vida você se sentiu à parte?
Eu comecei muito cedo. Desde criança, eu tive que dar uma volta ao não. Eu não era a mais bonita, não era a Miss Brasil, eu não tinha um corpo escultural. Então, tudo que era fundamental naquela altura, eu não era. Meu pai muito amoroso; minha mãe, uma mulher muito forte e tal, mas eu não me enquadrava.

Foi assim todo o tempo?
A primeira vez que me enquadrei como mulher foi vendo a Sophia Loren. Porque ela tinha peito grande, cintura fina, bunda e tal. Ela não se enquadrava no perfil das grandes divas também.

Como é ser fora do padrão hoje em dia?
É preciso ter uns cuidados que são uma loucura! Cheguei há pouco do interior de Pernambuco — e o interior do Brasil é fabuloso, fotografei várias coisas. E por lá tem a borracharia do gordinho, a pensão do careca, o restaurante da zarolha. E lá ninguém está ofendendo ninguém. Hoje, tudo é tão hiper julgado, mas isso acaba quando você vai para os interiores do país, que continuam os mesmos, porque o afetos das pessoas continuam os mesmos. Por aqui, o que não é um problema passa a ser um problema, porque alguém precisa problematizar, porque simplesmente não tem o que fazer. [Risada de Fafá]

Nunca entrei em polêmicas, em seis anos, e vou entrar pela primeira vez porque chamei Fafá de Belém de animal!
[Risada de Fafá] Adoro!

Como você, também tive um pai amoroso, uma mãe muito forte, não houve diferença na minha criação em relação ao meu irmão, conquistei tudo o que eu quis conquistar sem o peso da diferença de gênero. E quanto mais conquisto, mais adoro que me sirvam, que abram a porta do carro, que paguem a conta do jantar…
Exatamente! [Risada de Fafá] Quer que eu pague a conta? Vá te catar! [Risada de Fafá]

Envelhecer tem sido um problema?
Estou usando cabelo branco há pelo menos cinco anos, quando comecei a perceber, principalmente na Europa, que as mulheres estavam deixando o cabelo branco, natural. Então, cheguei aqui e quis deixar meu cabelo branco. “Não, é loucura!”, ouvi muito. Daí a pandemia veio, e eu já tinha deixado dois dedos brancos, sem tintura, foi quando me convidaram para fazer o filme da Thalita Rebouças, Pai em dobro, que fiz uma xamã que tinha os cabelos brancos. A produção queria que eu usasse uma peruca, daí falei: “Não, vamos começar a tirar a tinta”. E foi assim, depois colocamos aplique.

Qual foi a reação das mulheres, principalmente?
As mulheres reagiram muito mais violentamente do que os homens. Os jovens, “ok”; a garotada, “maravilha”. Aliás, houve algo que fiquei muito impressionada. Eu tinha duzentos e poucos mil seguidores no Instagram e hoje estou com quase um milhão. O curioso é que esse crescimento foi durante a pandemia, entre pessoas de 15 anos e 28 anos.

Que demais, isso…
E eu não tenho amarras dos “fakes”, né? Sou aquilo ali mesmo. Mulheres de minha faixa de idade — porque foram treinadas para não mostrar a idade — me xingavam. Especificamente, uma senhora, um dia ela me disse: “Tenho a mesma idade que você, você está ridícula com esse cabelo branco. Eu olho para você e sinto vergonha, porque temos a mesma idade, e eu estou ótima, você parece uma vovozinha.”

E qual foi sua resposta?
Falei, tranquilamente: “Eu sou uma vovozinha, tenho duas netas maravilhosas.” Agora, o fato de eu estar deixando meu cabelo branco não quer dizer nada. É muito cruel. Não uso botox, na verdade, usei uma vez e não me reconheci. Fico às vezes horrorizada com o excesso de procedimentos, porque há procedimentos mais leves.

E o que você faz?
Faço ginástica e artes marciais, há 30 anos.

O erótico é sagrado?
O erótico é tão sagrado quanto o profano. Primeiro, creio que tudo que é muito desnudo perde a graça. Acho que os véus, eles provocam o sensorial, sabe? Eles levam a fantasiar, viajar. Não sei como era na sua infância, mas eu me lembro de que na minha infância tinha os locutores de rádio, ficávamos todas enlouquecidas. Alguns desses locutores até se escondiam porque não correspondiam à voz que projetavam. Então, creio que o erotismo, a sensualidade, ela vem junto com uma fantasia. Tudo que é muito explícito eu não gosto. Uma vez, eu estava com uma pessoa, e ela me propôs assistir a um canal pornô. Deus me livre! Fui para casa. Creio que a parceria sexual, seja ela com amor ou só um tesão, ela deve ser despertada por duas pessoas, é o toque, o cheiro. Se você precisa da participação de uma tela para ficar excitado, acho um horror. Mas tem gente que gosta, sou do modelo antigo. O erótico, o profano e o sagrado caminham juntos.

O quanto as máscaras e os jogos são importantes numa relação de amor?
Os jogos fazem parte da sedução. O encantamento nasce de pequenas descobertas. Esse penetrar no outro através dos olhos, do toque, da pele, do cheiro, isso é que vai, cada vez mais, criando um clima, aumentando o tesão, aumentando a necessidade do outro, do prazer com o outro. Essa coisa muito pública, muito exposta, me dá muita aflição. Sou uma mulher do meu tempo, embora bem avançadinha. [Risada de Fafá]

Penso que o princípio de uma mulher poderosa é ter uma vida interior muito rica. Em sua visão, qual é o princípio de uma mulher poderosa?
Uma mulher que viaja sozinha, que senta numa mesa e janta sozinha, senta em um bar e pede seu whisky, assiste a um show e toma sua taça de vinho sozinha, aquela que sabe ser sua melhor companhia. Essa mulher está bem com ela mesma. Não precisa de um homem para validá-la. Quando vejo uma mulher sozinha, almoçando, e ela está feliz, saboreando seu vinho, eu penso: “Yes! Mais uma para andar conosco!”

 

Eliana de Castro Escrito por:

Fundadora da FAUSTO, é escritora, mestre em Ciência da Religião e autora do romance NANA.